Tenho lágrimas confusas que insistem em molhar-me o rosto, e por isso escrevo.
Na esperança, talvez inocente, de não pensar, de não reflectir, de não existir.
Desfilam na minha lembrança todas as memórias perdidas na minha existência.
E em todas elas existe uma lágrima. Ora uma lágrima desesperadamente infeliz ora uma lágrima tão límpida como o meu sorriso em dias tão risonhos como eu. Segui um caminho. Fiz escolhas. Deixei para traz tantas promessas. Deixei para traz tantos abraços. Hoje choro. Não sei se fiz bem, se fiz mal. Sei que fiz e isso basta para sorrir e para chorar. Não sei se vou reencontrar as pessoas que passaram a correr na minha vida, pessoas que saíram da minha vida bem antes da despedida. Não sei se vou ganhar coragem de assumir o meu coração, se vou continuar a ser apenas eu quando escrevo. Se ganhar coragem, dir-te-ei que te amo. Eu sofro. Mas sofro em silêncio, numa lágrima sufocada quando todos vão embora, e eu fico. Fico na minha consciência. Fico em mim, apenas eu. Eu sofro num silêncio que dói, num silêncio que mata. Sofro no meu silêncio. Não sofro por sofrer durante um abraço fingido. Sofro no momento exacto em que ninguém pode fingir um sentimento num abraço.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
ninguém pode fingir um sentimento num abraço[.]
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